Relógio do Juízo Final marca 89 segundos para a meia-noite, o menor tempo já registrado na história
O grupo de cientistas nucleares Bulletin of the Atomic Scientists atualizou o Relógio do Juízo Final nesta terça-feira (28) para mais perto da meia-noite: agora são 89 segundos. Nos últimos dois anos, o relógio marcou 90 segundos para a meia-noite.
Os cientistas citaram ameaças nucleares russas em meio à invasão da Ucrânia, tensões em outros pontos críticos do mundo, aplicações militares de inteligência artificial e mudanças climáticas como fatores subjacentes aos riscos de catástrofe global.
"Os fatores que influenciaram a decisão deste ano – risco nuclear, mudanças climáticas, possíveis usos indevidos da ciência biológica e novas tecnologias como a inteligência artificial – não são novidades. No entanto, vimos poucos avanços para enfrentar esses desafios, e, em muitos casos, a situação está piorando", explicou Daniel Holz, presidente do Conselho de Ciência e Segurança do Boletim.
"O ajuste para 89 segundos antes da meia-noite é um alerta claro para os líderes mundiais", acrescentou.
No campo climático, 2024 foi o ano mais quente já registrado, segundo a Organização Meteorológica Mundial da ONU. "Embora tenha havido um crescimento notável na energia eólica e solar, o mundo ainda não está fazendo o suficiente para evitar os piores impactos das mudanças climáticas", destacou Holz.
O que é o Relógio do Juízo Final
O Relógio do Juízo Final é uma metáfora do quão próxima está a humanidade da autoaniquilação. Quanto mais perto da meia-noite estiverem os ponteiros do relógio, mais próximo estaria também o mundo do seu fim.
A cada ano, a junta de ciência e segurança do Boletim e seus patrocinadores, entre os quais figuram 11 prêmios Nobel, tomam a decisão de reposicionar os ponteiros deste relógio simbólico.
Ele foi criado em 1947, depois da Segunda Guerra Mundial. Na época, faltavam sete minutos para a meia-noite. O relógio chegou a ficar a 17 minutos para o horário do apocalipse depois do fim da Guerra Fria, em 1991.
Todos os anos, o anúncio destaca a complexa teia de riscos catastróficos enfrentados pela humanidade, incluindo armas de destruição em massa, colapsos ambientais e tecnologias problemáticas.